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Jovens em situação de precariedade
(Atelier participativo dentro do projeto Projeto Juntos aprendamos à fazer as boas escolhas)

Razão do atelier

Para os jovens em situação de precariedade, as possibilidades de escolhas não são tão evidentes. Se perguntar quais são as boas escolhas pode até parecer deslocado diante de um futuro que muitas vezes está bloqueado e sem perspectiva. É necessário abordar a questão em termos de boas escolhas desejadas e é nesse sentido que deveria talvez ser orientado esse atelier.

Objetivos

O atelier teria, portanto, como objetivo:

  • promover uma reflexão e uma troca de experiências entre jovens em situação de precariedade sobre o que é para eles o mal-estar e o bem-estar, e as escolhas que eles desejariam fazer para participarem ao bem-estar de todos e das gerações futuras;
  • identificar as modificações necessárias para que, segundo eles, essas escolhas se tornem possíveis;
  • refletir juntos aos apoios que ele precisam para isso.

Primeira sessão:

A primeira sessão será online animada por Jaina Alcântara no Domingo 1° de Novembro de 16 à 18hr.(hora de Bruxelas e da maioria doa países da África ocidental. Para o Portugal, RU; Irlande, Gabão 1hr à menos. Para o Cabo-Verde 2h à menos, para o Brazil 5 h a menos, etc.)

Anexo: Ateliê sobre estratégias de Redução de Riscos e Danos entre jovens no Jangurussu - Fortaleza - Ceará - Brasil

Proponente: Jaína Linhares Alcantara - ativista pelos direitos das pessoas que fazem uso de substâncias psicoativas, antropóloga, assessora técnica bolsista no projeto Virando o Jogo (UFC - FUNCAP) e integrante da RENFA (Rede Nacional de Feministas Antiproibicionista)

Pretendo com a exposição através de meio digital apresentar, ouvir questionamentos e dialogar sobre o contexto em que realizei a pesquisa para confecção de tese doutoral cujo objetivo foi refletir sobre “como estratégias e ações de redução de danos são recebidas e modificadas por jovens na periferias de uma grande cidade do nordeste brasileiro”. Com isso, também pode rei caracterizar os jovens que se destacaram como “intelectuais das áreas” em termos de desenvolvimento de oficinas e as ações e estratégias propostas neste meio e trabalhos acadêmicos relacionados aos desafios e potencialidades para os jovens daquele território. E ainda, citar alguns dos resultados do que venho chamando de “etnografia implicada” com as questões e saberes relativos aos cuidados ligados ao corpo em recorte local, sem perder de vista as questões globais. Sintetizo como foram criadas e realizadas as estratégias de rodas de conversas (Roda das 4:20 - chá e café), uma formação em redução de danos e guerra às drogas, com duração de 20h, entre atividades teóricas e práticas envolvendo diretamente 40 jovens, e atividades práticas para a elaboração de insumos como spots de rádio, sedanapo e lambedor (xarope fitoterápico). No Brasil, um dos programas de saúde pública e coletiva que mais obteve sucesso em termos de efetividade de resultados foi o de prevenção, apoio e garantias de direitos à pessoas com HIV/aids. O Programa Nacional de Prevenção ao HIV/aids, referenciado por agências internacionais por sua escolha em acolher e não estigmatizar pessoas vivendo com HIV, teve parte desse sucesso juntamente com os primeiros registros de ações desenvolvidas por programa de “redução de danos”. A literatura afirma que em meados dos anos 1990, ocorreu em Salvador-BA, as primeiras ações de redução de danos, em meio ao crescente número de pessoas que seguiam infectando-se com HIV e faziam uso de substâncias psicoativas injetáveis. Foram as ações de trocas de seringas, trocas de informações e entrega de preservativos e informativos, onde as pessoas eram estimuladas a práticas de cuidados e prevenção, ainda que não pudessem ou não quisessem parar de usar substâncias injetáveis. Outras ações parecidas também foram registradas em período parecido na Baixada Santista - SP e Rio de Janeiro - RJ.  Em meio a esse contexto, o país também passava por uma revisão do modelo de saúde  oferecido à população em sofrimento mental. Até então, manicômios ou hospícios eram os espaços destinados aos “cuidados” direcionados a pessoas que sofriam com “problemas mentais”. Parte da população usuária de psicoativos também era encaminhada para “tratamento” nestes espaços. O modelo manicomial passava por severas críticas de políticos e ativistas pelos direitos humanos. Denúncias de maus tratos, abandono e morte evitáveis estavam no rol de crimes cometidos por serviços de saúde públicos e privados.  Durante os anos 2000, houve o fortalecimento de grupos (ONGs e coletivos) que passaram a atuar com vistas a garantia de direitos de pessoas que fazem usos de substâncias psicoativas, sejam lícitas ou ilícitas. Elaborando projetos, programas e ações com vistas a dar conta do “falar sobre drogas e redução de danos” de acordo com o contexto local, contando com envolvimento de pesquisadoras/es, ativistas e usuárias/os, com o intuito de difundir informações minimamente seguras em relação às drogas e não a reprodução de panfletos carregados de “pânico moral” cujas campanhas foram veiculadas nas TV, rádios e jornais.

Para se inscrever enviar um e-mail para contact(at)wikispiral.org especificando o nome do atelier.

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